Neste resto de dia que me sobra, cá estou eu a fazer companhia a mim mesma.
Mantendo-me embrenhada em sentimentos e pensamentos, neste mesmo canto que já faz parte de mim, onde sei que posso deixar em liberdade o que guardo no coração.
Os dias de hoje vão-se complicando mais e como habitual, vou tomar mais um café comigo mesma. Vou meditar sobre a amizade e sobre o seu conceito nos dias de hoje que cada vez me deixa mais indignada. Pergunto-me se a palavra amizade não foi já banida desta sociedade, em que teima em não ouvir um pedido de socorro?
Sou uma pessoa ainda há moda antiga, daquelas em que a palavra vale mais que ouro (para mal dos meus pecados), não é um defeito, é uma virtude.
A amizade é algo que passa cada vez mais despercebida dando a sensação que já não existe.
O simples facto de colocar uma mão sobre o ombro de alguém, que encontrou nas lágrimas o único meio de se expressar, é um acto bonito, humano e á moda antiga.
Deparo-me hoje aqui sentada, de braços cruzados, depois de ter recorrido ao meu SG, com uma situação que nunca poderia imaginar, como uma "sms" mudou uma amizade numa tempestade.
Foram anos de cumplicidade, de lutas comuns, que agora se transformaram em ódio artificial.
Talvez a "sms" tenha sido mal interpretada, mas ouve falta de coragem para expressar olhos nos olhos o que escreveram nas novas tecnologias.
A sociedade vai evoluindo, até aqui, nada contra, mas não consigo compreender como é que se pode recorrer a uma "sms" para expressar o que lhes vai na alma.
Talvez pessoalmente a "coisa" se complique e os humanos digam coisas sem sentido, coisas que lhes vai na cabeça e com o impulso acabem por ser ditas, coisas essas cravadas no coração, contrárias daquilo que sai "boca fora".
Mas é ali, naquele preciso momento em que tudo está a ser dito, que se consegue perceber o sentimento e o amor de um pelo outro.
Sendo eu uma mortal e criada numa sabedoria maternal que me concedeu (amizade, amor, etc.), conservo e prezo as amizades, sabendo o "duro" que é manter a palavra, em cumprir e alimentar uma amizade saudável.
Posso não saber já bem as coisas que foram ensinadas na escola, mas não esqueço o sentido de cada palavra e de cada pontuação.
Com toda a evolução que hoje decorre na sociedade, a ansiedade dos humanos leva a que coloquem de lado o que lhes foi concedido no seio maternal, e se esqueçam de dar valor á palavra e de conservar a amizade.
Sem remédio
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